Apanhar castanhas... É tempo de castanha e mel. E o mel é do Joaquim, puro, amarelinho. No passado fim-de-semana andei a apanhar castanhas com os meus tios. Não havia frio, nem um ventinho a correr. Apenas o ar quente, deste Outubro estranho. Lá partimos depois de almoço, pela graça de procurar castanhas entre ouriços (que picam, ai se picam). Os castanheiros, de altura média, lá estavam á nossa espera. As castanhas também, que sorte. Mas aqui e ali encontrámos vestígios de cascas… os animais também gostam! Contou-me a minha tia que antigamente a minha avó e os seus irmãos herdaram alguns "soitos" (soutos). Resultava que, por serem vários os filhos, tinham que dividir os terrenos entre si. Assim lá iam buscar o seu "quinhão" ao Soito Enladeirado e ao Soito do Munho. Sendo, como sabem, os nossos terrenos inclinados (lá está a razão do nome do primeiro ser enladeirado), tinham que haver estratégias para a retenção do frutoAssim criavam-se "combaros" na ladeira e quando caíam as castanhas ficavam ali presas. A terra por baixo das árvores era limpa, e raspada, de forma a facilitar a apanha. E eram criados aquelas pequenas "barragens" de forma a reter ouriços e castanhas. Fim da história… Bem fim da história não! Trouxemos algumas castanhas, valeu a experiência e… esperamos os próximos capítulos. Ou seja, castanha assada, sopa de castanhas… hummmmm!
06.11.2009 (in http://aldeiadoesporao.blogspot.com/)
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Comentários: Que lindos poemas compuseram, há dois mil anos, os Poetas romanos Horácio e Vergílio acerca das "velhas castanhas", as "dulces castaneae", que eles cantaram em primorosas odes e bucólicas! Saboreando-as... cantemo-las também! JCN
ODE A MECENAS Mecenas: já não tenho na lareira do castanheiro os saborosos frutos, enorme sendo pois minha lazeira devido à escassez desses produtos! E, se não for abuso, de caminho, mandai também uma ânfora de vinho! HORÁCIO (versão livre de JCN)