Há cerca de 25 anos foi a última vez que esta cerimónia se
fez nesta vila, mas não tão completa como este ano (...)
Do cimo da vila sai um cortejo em direcção ao Largo do
Pombal, onde se organizará um tribunal para julgamento do bacalhau, o qual será
composto de juiz, delegado, advogado, Páscoa, Quaresma, escrivão, oficial,
carrasco e duas testemunhas.
Desempenha o papel de juiz
o sr. X, que vendo o julgamento muito
complicado, acaba por adiar a audiência; delegado
que ataca severamente o bacalhau e faz desanimar o advogado; advogado que chega a insultar a Páscoa,
defendendo com grande energia o réu,
conseguindo, por fim, depois de um grande esforço que a audiência, seja adiada;
Páscoa faz uma guerra aberta ao
bacalhau, injuriando-o e pedindo ao juiz que o condene; Quaresma que diz para o bacalhau que também acaba e, com muita
piedade, dirige-lhe palavras de conforto e resignação; escrivão, que devido a não corresponder logo às chamadas do juiz, é
repreendido e ameaçado de demissão; carrasco
que começa por querer enforcar o bacalhau, ao que o advogado se opõe com grande
bravura, obstando assim a que ele seja enforcado, ameaçando em seguida a Páscoa
e afirmando-lhe que o bacalhau sairá dali ileso; testemunhas, que atacam o bacalhau, dizendo que, cada vez que o
comiam, sempre lhes fazia mal ao estômago.
Por fim o bacalhau chega-se ao seu advogado, dirigindo-lhe
palavras de agradecimento por o ter livrado da forca, ao que o advogado
responde com carinho.
Depois, segue o cortejo para a Praça, onde novamente será
julgado o bacalhau e em seguida para o Castelo, tudo acompanhado de música,
formada pelos aprendizes da nova Filarmónica Goiense (...)