Até ao reinado de D.Manuel, o uso do brasão português era livre. Cada interessado, por ideal social, por imitação do rico ou por simples capricho, auto-atribuía-se um emblema heráldico. O brasão não era, forçosamente conectado com uma categoria social nobre. D. Manuel, perante os exageros que se verificavam, sobretudo ao longo dos séculos XIV e XV, em que a heráldica se tornara vulgar, muitas vezes para apenas mostrar ostentação e fugir-se ao anonimato, estabeleceu em 1512 a obrigatoriedade de autorização real apara o seu uso. E, para isso, seria necessária a realização de um estudo justificativo, para cada caso particular. A partir de então, o brasão passa a ser como que um símbolo identificador de nobreza e fidalguia. No seu último ano de vida, fem 1520, foi pintada a cúpula da Sala dos Veados do Palácio de Sintra, considerada a mais importante sala heráldica do mundo, com as suas setenta e duas armas da mais prestigiada nobreza da época. Ali se encontra o brasão dos Goes, num dos cantos, seguido pelos dos Pestanas e Barretos.
É considerado como o brasão primitivo da linhagem Goes, constituído por seis cadernas ou meias luas de prata, em duas palas, em campo azul. Um dragão azul, armado de prata, com uma caderna de escudo no peito. Desconhece-se o seu início, mas dizem os antigos que a sua origem seria do tempo de Gonçalo Dias de Goes, o Cid, iniciador da linhagem, que pelo seu esforço e bravura na batalha de Campo de Ourique contra os mouros, tomou das bandeiras destes o seu símbolo de meias luas.
Brasão passado por D. Manuel, em 1513, a Pedro de Goes, "fidalgo de antiga linhagem, por descender de nobre geração e dos de Goes" (Chanc. de D. Manuel, livro XI, fl.88). Pero de Guoes vivia em Óbidos e era filho ilegítimo de Álvaro Gonçalves, "criado" de D. Afonso V. Sua mãe, Leonor de Goes, era filha legítima de Álvaro Vasques de Goes, irmão de Nuno de Goes, que fora alcaide-mor de Alenquer. (Texto para ser confirmado!)
(Para completar)
Brasão no túmulo de D. Luís da Silveira, na capela-mor da Igreja Matriz de Góis, cconcedido aos senhores de Góis, supostamente nos inícios do século XVI. Nele são representadas linhagens dos seus antepassados: dividido em quartéis, em dois deles as armas dos Pestana-Silveira, noutro as dos Goes, com seis cadernas, e no quarto com as cinco cadernas dos Lemos.
Brasão na Pia Baptismal da Igreja Matriz. Contrariamente aos outros brasões conhecidos, as armas dos Goes e dos Lemos estão dispostos, respectivamente, nos 1º e 4º quartéis. (engano do escultor, ou, segundo conjectura de João Castro Nunes, tirado do anel-sinete de Luís da Silveira e esculpido ao avesso?)
Brasão na Capela do Hospital. Pedra de armas de D. Diogo da Silveira, conde de Sortelha, depositado no Museu Municipal da Figueira da Foz (Arquivo Histórico de Góis, p. 116)
Na chave do tecto da capela-mor
Brasão dos senhores de Góis e brasão dos Noronhas e Coutinhos, na arca tumular de D. Luís da Silveira.
Brasão de Damião de Goes Concedido peloi imperador Carlos V, por gratidão da sua actuação na defesa de Lovaina. É inspirado no brasão dos Goes, mas com cinco cadernas. No timbre, o meio leão representa o símbolo heráldico da Flandres e as asas a águia que Carlos V usava.
Brasão: de ouro, com uma ponte de três arcos de negro realçada de prata, ladeada de dois comoros de penhascos de verde realçados de negro e nevados de prata. A ponte saínte de cinco faixas ondadas, três de azul e duas de prata e encimada por um pinheiro de verde frutado de negro, com realces de ouro e troncado e arrancado de negro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com os dizeres "VILA DE GÓIS", a negro.
(Publicado em Diário do Governo - I Série - Nº 76 de 01 de Abril de 1936 (Portaria 8:405).
(Ver mais em AHG, v. II, pp.244-5)
Freguesias
Brasão: escudo de ouro, ponte de dois arcos de negro, lavrada de prata, movente dos flancos e nascente de campanha ondada de azul e prata de três tiras; em chefe, dois ramos de pinheiro de verde, frutados de vermelho, postos em pala e alinhados em faixa. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: "ALVARES - GÓIS".
(D.R.: Nº 285 de 11 de Dezembro de 2001. DGAL: Nº 17/2002 de 16 de Janeiro de 2002.)
Brasão: escudo de prata, cortiço de vermelho, aberto do campo e realçado de negro; em chefe, nove castanhas de negro, realçadas de ouro, alinhadas em faixa e dispostas 5, 4; em campanha, monte de dois cômoros de verde, movente dos flancos e de ponta ondada de prata e azul de duas tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "CADAFAZ - GÓIS".
(D.R.: Nº 228 de 02 de Outubro de 2003. Rectificação de D.R.: Nº 253 de 31 de Outubro de 2003. DGAL. Nº 368/2003 de 12 de Dezembro de 2003)
Brasão: escudo de ouro, duas colmeias de vermelho, realçadas de prata, alinhadas em faixa, entre duas setas de vermelho passadas em aspa, em chefe e monte de três cômoros de verde, firmado nos flancos e movente de campanha diminuta ondada de prata e azul de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "COLMEAL - GÓIS".
(D.R.: Nº 122 de 27 de Maio de 2002. DGAL: Nº 149/2002 de 18 de Junho de 2002)
Brasão: Escudo de prata, monte de três cômoros de verde, carregado de uma faixeta ondada de prata e azul de três tiras e encimado por duas abelhas de negro, realçadas de ouro e aladas do mesmo, postas em pala e alinhadas em faixa; em chefe, flôr-de-lis de azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro "FREGUESIA DE GÓIS".
Brasão: escudo de ouro, com um eucalipto arrancado de verde, entre duas espigas de milho de vermelho, folhadas de verde, acantonadas em chefe; em campanha, vale escarpado de verde, firmado nos flancos e movente de ponta ondada de prata e azul, de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "VILA NOVA DO CEIRA".
(D.R.: Nº 2 de 04 de Janeiro de 2005. DGAL: Nº 12/2005 de 12 de Janeiro de 2005.)