O PODER LOCAL
Novo Município
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INSTALAÇÕESA primeira Casa da Câmara, de que se tenha conhecimento, situava-se na Praça Pequena (ou Praça do Pelourinho), junto ao edifício onde viria a estar a Havaneza Goiense.
Pelo Tombo de 1779, sabe-se que neste ano já se situava no cimo da Rua da Ponte, em edifício com frente para esta rua e para a Praça, onde, juntamente com o prédio contíguo, vieram também a ser instalados outros serviços públicos, como o tribunal, a escola e as cadeias. Pelo incêndio ocorrido na noite de 18 de Janeiro de 1887 (ver adiante), que destruiu parte significativa das instalações, mobiliário e arquivos, a Câmara viu-se obrigada a mudar-se para vários locais, sucessivamente, o Terreirinho, Terreiro do Paço, Casa da Lavra de Cima, Praça e, por último, o prédio (1º e 2º andares) que viria a ser adquirido pela família Campos Nogueira que ali instalou a Havaneza Goiense. Em 1914 muda-se definitivamente para a Casa da Quinta, com contrato de arrendamento. Em 15 de Janeiro de 1933, a Câmara Municipal, presidida por Dr. Diogo Barata Cortez, adquire o edifício em hasta pública. O incêndio de 1887 Por alta e frigidíssima noite de inverno de 1887, a vila acordou sobressaltada por sinistro badalar da sineta da Misericórdia e pelos lancinantes gritos acudam ao fogo, bradados por alguns que providencialmente se apercebera do pavoroso incêndio manifestado no acanhado edifício dos Paços do Concelho de Góis. Como sempre em tão aflitivas conjunturas, desenvolveram-se ao máximo os denodados esforços da população no magnânimo sentido de se reduzirem ao mínimo as consequências de tão grande desastre. Foi assim possível reduzir o salvamento de grande parte do arquivo do município e o que o fogo não se comunicasse ao prédio contínuo, no qual recentemente fixara residência, com sua família, o novo médico municipal, sr. dr. José Afonso Baeta Neves. Para tanto, muito contribuiu o abundante curso de água que então, quase a dois passos do edifício incendiado, corria empedrada e um tanto profunda valeta aberta à superfície da Praça, para levar ao “Paço” ou ao rio, as “sobras” do abundantíssimo manancial do Pombal, depois de passar pelo privilegiado tanque do hospital, sempre a transbordar. Ainda hoje se pode certa ideia das mesquinhas dimensões da “casa da câmara” de então, pelo espaço compreendido entre o topo do prédio que faz esquina da Praça para a rua da Ponte e a chamada Casa do Casal, à qual o desaparecido edifício corria paralelo, separados pela estreita viela que, formando cotovelo, não permitia ver-se a Praça de qualquer parte da artéria principal da vila, também ao tempo tão “larga” que, para não se ser atingido pelo rodado de um carro vulgar, forçoso era à sua passagem, recorrer-se ao vão da primeira portada confinante, perfilando-se uma pessoa como militar em posição de sentido! Desde então, muitas foram as “andanças” pelas ruas da vila com estantes, armários, mesas, e outros artigos de mobiliário; com cestas e poceiros repletos de papelada, em que predominavam volumosos maços do “Diário do Governo”, pois, não se sabe bem porquê, nunca mais e até há cerca de vinte anos, os serviços camarários tiveram pousada douradora. Receberam honras de Paços do Concelho de Góis, além dos antigos solares da Lavra de Cima e Casal, a chamada Casa do Tronco, contígua ao engenho do Paço, e o prédio da Praça a que já aludimos acima, onde mais recentemente e durante anos esteve instada a estação telégrafo-postal (...) Gustavo (A Comarca de Arganil, 28 de Abril de 1936) |
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