Foi constituído para a inauguração da estrada de ligação da Malhada a Selada Eireira (Rolão), em 11 de Agosto de 1959. Era a primeira povoação da freguesia a ficar ligada à estrada nacional. A estrada concelhia em direcção ao Carvalhal, bem como a do Vale do Ceira, estavam “encalhadas” e deixavam Malhada isolada na serra, o que levou os seus conterrâneos, reunidos à volta da sua Comissão de Melhoramentos, a concretizarem o que então foi considerado uma proeza. Era um rancho só feminino, praticamente sem acompanhamento instrumental, constituído com moças da Malhada e dos Casais anexos (Carrimá, Foz da Cova e Quinta do Belide). Os seus ensaiadores foram um emigrante que estava a trabalhar nas obras da estrada e a professora D. Aida, de Alvares. Foi de duração efémera. Um hino e quadras soltas, compostas nessa altura, ainda hoje são lembradas pelos mais antigos:
Adeus lugar da Malhada Modesta e pequenina Tens São José à entrada Senhora à saída.
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Rancho Folclórico “Serra do Ceira”
Iniciou a sua actividade em 14 de Agosto de 1977, com sede no Colmeal, tendo sido seus fundadores, Manuel Pinto Caetano e Rui Manuel da Conceição. A escritura pública foi feita em 28 de Janeiro de 1981. É o único rancho do concelho que se encontra federado. O seu objectivo é divulgar e preservar o folclore das serras que acompanham o rio Ceira, desde Fajão a Vila Nova do Ceira. Para isso, foi realizado um trabalho de recolha de trajes, tradições, cantares e danças:
A perdiz anda na horta Ai o perdigão no meruge Ó perdiz agacha, agacha Ai ó perdigão fuge, fuge
(do “Perdigão Perdido”, moda recolhida no Carvalhal, com pronúncia antiga).
Entre diversas actuações e actividades, registe-se a sua iniciativa de organização em Góis do 1º Festival de Folclore da Região Centro, no qual participaram ranchos representativos dos distritos de Coimbra, Viseu, Leiria, Guarda, Aveiro e Castelo Branco. Normalmente, actuam 16 dançantes, 5 cantadores e 7 tocadores, sendo os trajes do início do século XX. A tocata é composta de 2 concertinas, 2 violas, 1 guitarra, 1 pífaro, 1 bombo de romaria e 1 ferrinhos. Exibem a roçadeira, a corda do mato e a cesta. Em tempos recentes, passou a centralizar a sua actividade na povoação do Esporão, por ali ter melhores condições logísticas.