Grupo de Juventude de Góis
|
«No inicio da década de 70 nascia o Grupo de Juventude que além de mim teve como elementos fundadores o José Oliveira Rodrigues (Zé Andorinha), o Manuel Enéscio Almeida Gama (Necas), o Jorge Manuel Matos Carneiro (Joca da Tinita), o Fernando dos Santos Barata, entre outros. O principal mentor era o Padre António Diniz que se viria a licenciar em História e que tem publicadas várias monografias sobre a história goiense.
Com sede na Rua da Misericórdia, n.º 16, mesmo ao lado da Igreja da Misericórdia, para além das actividades lúdicas promovidas na própria sede, garantia a organização de actividades diversas, como o torneio de futebol de 5, espectáculos e acções na natureza, com grande destaque para a vertente do campismo activo. Promovia ainda a publicação de uma folha informativa “Novo Rumo” através de reprodução em stencil em que contribuí com alguns artigos, desenho de logotipo, paginação e edição. Ainda conseguiu chegar ao número 8... Estes torneios de futebol anuais, que viriam a ter continuidade, tiveram a sua génese nos finais dos anos sessenta após a construção do ringue do Cerejal e depois da instalação da sua electrificação. Memórias desses primeiros tempos eram o cerimonial inicial de época, em que, no início de cada Verão, era necessário marcar audiência com o Presidente da Câmara para solicitar autorização para a utilização da iluminação para jogarmos à noite. Recordo essa minha função de relações públicas e diplomata, esperando ser recebido na sala de espera do Edifício da Câmara, ainda na altura conhecido por da Quinta, por isso chamada Rua da Quinta, e depois com um enorme formalismo a audiência com o então presidente o Dr. Rui Nogueira Ramos, que rapidamente se transformava numa agradável cavaqueira, que terminava inevitavelmente com a preciosa chave da iluminação em meu poder e promessa de que todos nos portaríamos muito bem. Um pouco à imagem da época representada pela dicotomia Beatles / Rolling Stones, existia também um Grupo rival autodenominado "Os Metralhas", liderado pelos irmãos Campos Dias Nogueira (Tony, Miguel, Pedro e João) e o Vítor Guilherme Mascarenhas Alves Baptista (Vitinho Romeu), com sede nas traseiras da Havaneza, junto ao então denominado Barracão, e que, como o nome indicia, pugnava pela irreverência dos seus membros. Além das actividades fundamentalmente de “diversão”, eram reconhecidas as suas valias enquanto agrupamento musical. A amizade e o companheirismo ultrapassavam nesses tempos quaisquer divergências entre os conceitos mais culturais e altruístas dos primeiros e a irreverência e voluntarismo efémero dos segundos, conseguindo-se uma perene utilização dos tempos livres.» (De "Apontamentos" de José Luís Campos Nogueira) |
|