Em 5 de Outubro de 1910 é proclamada a República, prosseguindo um período de forte perturbação social e política, que tinha sido iniciado com o regicídio de 1908 e que só terminaria com o golpe de estado de 28 Maio de 1926. Em Góis, continuava a divisão da sociedade política, entre republicanos, monárquicos e outras correntes ideológicas, que se reflectia nos momentos eleitorais e na vida quotidiana dos cidadãos. A partir de 1913, estabelecia-se nos concelhos uma Câmara escolhida por sufrágio, por períodos de três anos, com funções essencialmente deliberativas, que, por sua vez, elegia uma Comissão Executiva. Era um sistema inédito na nossa administração, em que a personalidade forte do município passava a ser, não o Presidente da Câmara, mas o Presidente da Comissão Executiva. Dividiram-se os concelhos em três ordens, de acordo com a população residente e as possibilidades financeiras; o de Góis, de 3ª ordem, ficou com dezasseis vereadores e a Comissão Executiva com cinco membros. Este sistema administrativo iria durar até ao final da primeira república. Seria interrompido durante duas ditaduras, ambas efémeras (a de Pimenta de Castro, em 1915, e a de Sidónio Pais, em 1917), durante as quais foram nomeadas comissões administrativas, tendo a primeira sido recusada pelos autarcas de Góis. Apesar da lei de separação da igreja e estado, em Abril de 1911, espoliando-se a igreja dos seus bens e remetendo o culto para a esfera da privacidade, em Góis continuou-se com os actos religiosos públicos, apadrinhados pelos políticos, reactivando-se mesmo festividades há muito caídas em desuso. O anticlericalismo de matriz republicana não chegava a estas terras. No princípio da década, a inauguração da luz eléctrica é um marco importante. Era a primeira localidade do distrito de Coimbra a ter esse melhoramento, fruto de um investimento audacioso para a época, levado a cabo por goienses. A I Grande Guerra, de 1914-1919, mobiliza muitos goienses para a frente da batalha, onde alguns perderam a vida e outros ficaram com mazelas para sempre. E nas aldeias, onde o meio de subsistência dos agregados familiares era a agricultura caseira, sentia-se a ausência da sua principal força produtiva. Na parte final deste período, o concelho não ficava imune à gripe pneumónica, sofrendo os seus efeitos devastadores. Apesar da actuação das forças vivas locais, mobilizando todos os recursos internos, e do auxilio vindo do exterior, em médicos, enfermeiros e medicamentos, não se pôde evitar um elevado número de mortes, sobretudo em Góis, Ponte do Sotam e Alvares. Com a guerra e a epidemia, foi a vez de a fome chegar a muitos lares. Era sempre com grande expectativa que se aguardava a chegada de vagões transportando milho, açúcar, batatas e arroz, que depois se-guiam, em caravanas humanas, para as zonas mais necessitadas. Na década de 20, em que imperava uma grande falta de trabalho, a extracção da resina foi uma actividade relevante, que ocupou muita mão-de-obra. Na zona de Chã de Alvares, laboravam quatro fábricas de destilação, com reflexos na economia da freguesia. Na freguesia de Vila Nova do Ceira, é de assinalar a construção de novos edifícios, por varzeenses que tinham emigrado principalmente para Manaus (Brasil), onde constituíram uma significativa comunidade. Só nas povoações Várzea Grande e Várzea Pequena foram cerca de quarenta e cinco habitações novas, que modificaram a sua arquitectura urbanística.
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1910 8 de Outubro – A proclamação da república foi comemorada em sessão da Câmara Municipal, com adesão de muito público, tendo sido deliberado dar à praça da vila a denominação de Praça da República. Apesar de o meio social de Góis ser de tendência monárquica, a administração pública aderiu e festejou condignamente a implantação do novo regime e muita gente se manifestou. A notícia da queda da monarquia só aqui chegou no dia seguinte, e pelo facto de os telégrafos e os correios não funcionarem durante três dias, viveram-se momentos de ansiedade, principalmente entre os familiares dos muitos conterrâneos residentes em Lisboa.
24 de Outubro – Continuam em vigor as leis do tempo da monarquia. António Torres Dias Galvão é o primeiro presidente republicano eleito em Góis. Acompanham-no na vereação, Eduardo da Cunha e Frias (como vice-presidente), António Jacinto da Costa, Francisco de Campos Nogueira, José Martins Adão, Manuel Polaco Cerdeira e Scipião Rodrigues Sahil. O administrador do concelho é Manuel Ferreira da Silva.
A Câmara Municipal deliberou o alargamento da estrada do Mártir para Carcavelos.
Foi eleita a Comissão Paroquial Republicana: José de Campos Nogueira, Manuel Tomé e Vergílio Duarte Nogueira.
15 de Novembro – Constituiu-se em Góis um centro republicano, com filiais em todas as freguesias.
1 de Dezembro – Grandes festejos comemorativos desta data, com girândolas de foguetes, iluminações e sessão solene na Câmara Municipal. A banda, já denominada Filarmónica Independente, actuou várias vezes ao longo do dia, tendo tocado pela primeira vez, como novo hino nacional, “A Portuguesa”.
Foi também inaugurado solenemente o Centro Republicano de Góis, instalado na casa de Maria Júlia Ferraz, no Largo do Pombal. No seu programa, consta a realização periódica de conferências políticas e a criação de uma orquestra.
23 de Dezembro – Por alvará, foi nomeada a Comissão Paroquial Republicana da Freguesia de Vila Nova do Ceira, presidida por José Barata Rodrigues.
1911 A freguesia de Alvares está atravessando uma grave crise, consequência da seca de inúmeros castanheiros e videiras.
Realizado o recenseamento da população do país, que conta com 5.950.056 habitantes. O concelho de Góis regista 12.974 residentes, tendo-se verificado um aumento de 1083 pessoas ao longo da última década.
16 de Março – Realizou-se o primeiro grande comício democrático, em ambiente festivo, com a participação de muito público e da banda filarmónica. Entre os convidados, estava presente o Governador Civil de Coimbra.
9 de Maio – Faleceu António Barata Lima, dos Amieiros, pertencente a uma das famílias de maior prestígio de Alvares, onde era proprietário e estimado. O seu funeral foi dos mais concorridos na freguesia.
20 de Maio – Foi inaugurado o telefone entre Góis e Alvares, um importante melhoramento para esta povoação.
15 de Julho – Publicado o primeiro número de “O Alvarense”, quinzenário defensor dos interesses da região. É seu director e proprietário, Joaquim Henriques de Almeida.
15 de Setembro – Faleceu em Coimbra Dr. António Martins Pinto e Cunha, antigo Presidente da Câmara Municipal de Góis. Natural da Quinta da Tebaida, Pombeiras, São Martinho da Cortiça, era casado com Maria Amélia Nogueira Dias, filha de Manuel Inácio Dias.
5 de Outubro – Esta data, comemorativa do primeiro aniversário da implantação da República, foi hoje festivamente comemorada, tendo--se iluminado (com gambiarras de acetileno) os edifícios da Câmara Municipal e do Correio, na Praça da República, bem como os estabelecimentos “Claudino Nogueira de Campos” e “Loja Nova de Coimbra”, na Rua da Ponte. Foram descerradas placas toponímicas na Praça da República (até agora conhecida apenas por Praça), Rua 5 de Outubro (ex-Rua da Quinta) e no Bairro Teófilo Braga. Esta nova denominação de bairro com o nome do presidente do governo provisório do país, compre-ende o trecho entre a vila e o Regato.
15 de Novembro – Publicado no Diário de Governo o contrato entre a Câmara Municipal e a Companhia de Papel de Góis, para for-necimento de energia eléctrica pública ao concelho.
19 de Novembro – O Centro Republicano de Góis passou a denominar-se Centro de Instrução e Recreio, tendo sido aprovados novos estatutos. Procedeu-se à eleição dos seus corpos gerentes: Presidente da Assembleia Geral - António Torres Dias Galvão; Presidente da Comissão Administrativa - Francisco de Campos Nogueira; Presidente da Comissão Fiscal - Dr. António de Sousa Saraiva.
12 de Dezembro – Um grande temporal abateu-se sobre a região, durante várias horas, com uma intensidade de que não há memória entre os residentes. Houve grandes prejuízos nos campos, nos olivais e pinhais, não se registando contudo desastres pessoais.
13 de Dezembro – Saiu o primeiro número de “A Flecha”, um sema-nário humorístico, de crítica, com sede em Alvares.
31 de Dezembro – A Missa do Galo deste ano deverá ficar memorável nos anais do movimento religioso local. Segundo a imprensa re-gional, mais de três mil pessoas assistiram à cerimónia, com muita gente aglomerada no exterior da igreja, artisticamente decorada. A orquestra de coro era composta de elementos de Góis e de Coimbra, tendo actuado a Filarmónica Independente.
De acordo com o arrolamento feito por uma Comissão Concelhia de Inventário, e nos termos da chamada Lei de Separação da Igreja e do Estado, de 20 de Abril deste ano, passaram a constituir propriedade do Estado, os seguintes bens da vila de Góis, até aí considerados pertencentes à igreja: edifício da igreja matriz, com altares, paramentos e demais objectos, com excepção de duas capelas anexas (uma da família Barreto Chichorro e outra da Confraria das Almas) e dois altares (da Confraria do SantíssimoSacramento); torre da igreja; casa destinada à sacristia; terreno denominado adro, incluindo o cemitério; e diversas capelas com o seu recheio.
1912 Foi constituída a Havaneza Goiense, na Rua Conselheiro Dias Ferreira, su-cedendo à firma comercial Claudino Nogueira de Campos que ali se encontrava instalada.
7 de Janeiro – Por se ter aposentado para Poiares, despediu-se o padre Francisco Ferreira de Carvalho Lucas, que vinha paroquiando a freguesia de Vila Nova do Ceira desde 17 de Junho de 1894.
No Cerrado, é iniciada a construção do futuro Cine-Teatro da vila, prevendo-se instalações para cinematógrafo, clube e restaurante. Uma iniciativa de Francisco Inácio Dias Nogueira.
16 de Janeiro – É desta data o decreto em que o governo aprova a deliberação da Câmara Municipal de Góis, tomada a 5 de Agosto de 1911, relativa ao contrato com a Companhia de Papel de Góis para a iluminação pública e particular da vila.
30 de Março – A luz eléctrica brilhou pela primeira vez em Góis, a primeira localidade do distrito de Coimbra a ter este melhoramento.
20 de Abril – Publicado o primeiro número do “Eco das Serras”, Jornal Democrático de Propaganda de Góis, Arganil, Pampilhosa e Lousã. É seu editor, proprietário e administrador, António Alberto Torres Garcia, natural de Vila Nova do Ceira.
Maio – Começou a funcionar o arco voltaico do Pombal, no alto de uma coluna de 10 metros, iluminando grande parte da vila.
10 de Junho – Constituída uma Comissão Municipal de Assistência Pública, de que fazem parte: Eduardo da Cunha Frias (presidente), Dr. António de Sousa Saraiva, subdelegado de saúde, Ernesto Rodrigues dos Santos, provedor da Misericórdia e farmacêutico, comendador Joaquim Monteiro Bastos, capitalista, Joaquim Gomes Ferreira,comerciante e Francisco de Campos Nogueira, guarda-livros.
24 de Junho – Inaugurada a iluminação eléctrica pública na vila.
Foi estabelecido este dia como o de Feriado Municipal.
20 de Outubro – Aprovados os estatutos da Irmandade de S. Salvador do Mundo, sediada na capela de Bordeiro. Foi eleito, como primeiro presidente da mesa (juiz), António da Cunha Ferreira.
27 de Outubro – Foram aprovados os novos estatutos da Irmandade da Misericórdia da vila e freguesia de Góis, ordenados por lei, numa reunião dos Irmãos realizada na sala de sessões. No impedimento do provedor, foi seu substituto o secretário, César Dias das Neves. Foram mesários, Joaquim Gomes Ferreira, Manuel Barata, da Samoura, e Avelino Rodrigues Dias. Ernesto Rodrigues dos Santos é o seu actual provedor.
1913 Janeiro – Foi constituída em Góis a Comissão Municipal do Partido Republicano Português, presidida por Dr. António Alberto Torres Garcia.
22 de Janeiro – Começaram hoje as carreiras de automóveis de Francisco Jorge, entre Coimbra e Pomares, passando por Góis. É um melhoramento importante, facilitando as viagens a Coimbra, que agora devem durar cerca de duas horas.
23 de Março – Por iniciativa do administrador do concelho, tenente José Maria Baeta, foi organizada uma batida no terreno, para se procurar uma quadrilha de gatunos, que, há mais de um mês, vem frequentemente assaltando casas e transeuntes. Apesar do rigoroso vendaval, participou um grupo de 400 pessoas, percorrendo a área entre a Quinta da Capela, Póvoa, Bordeiro, alto da serra, Sandinha, Cabreira e Góis. O concelho não possui qualquer força policial.
Maio – Tem-se pressionado para que os municípios de Góis e Arganil se ponham de acordo na divisão do baldio, na Serra de Santa Quitéria, que separa as freguesias Várzea de Góis e Pombeiro. Trata-se de um terreno inculto, servindo de logradouro e aproveitado para pastos de gado, o qual tem originado alguns conflitos entre os povos das duas freguesias.
18 de Setembro – Um regimento de infantaria, de 1000 homens, esteve no concelho de Góis em exercícios (tendo havido na Portela o “combate”), ficando acantonado na vila. Os soldados foram acolhidos no cinematógrafo, no celeiro do Dr. Mário Ramos e nas escolas locais. O co-mando ficou na residência do José Mota Tavares e os oficiais, sargentos e banda espalharam-se por ou-tras casas particulares.
Outubro – A Comissão Administrativa do município resolveu tomar conta do cemitério paroquial, por a Junta não ter possibilidades de o manter em funções.
1914 Janeiro – De acordo com a nova lei, de sete de Agosto passado, tomou posse a nova Câmara Municipal. Preside Francisco Rebelo da Costa Arnault. Para a Comissão Executiva foram eleitos comendador António Torres Dias Galvão, presidente, e Francisco de Campos Nogueira, vice-presidente. Verificou-se no concelho um grande desinteresse por estas eleições, tendo concorrido apenas o Partido Republicano Português, que está organizado. Houve povoações sem um único eleitor.
11 de Janeiro – Morreu César Dias das Neves. Pessoa das mais populares do concelho, pela sua actividade e serviços voluntariamente prestados a favor da sociedade em geral, fosse ela pública ou privada. Tendo nascido num meio modesto, elevou-se pelo seu próprio esforço, desfrutando depois de boa situação social. Foi director da filarmónica. O funeral, em dia de rigoroso temporal, foi acompanhado, segundo a imprensa local, de mais de 500 pessoas e das principais personalidades locais.
Maio – Teve lugar a festividade anual da Irmandade das Almas e Santos Passos, sediada na igreja matriz de Góis, uma festividade que não se realizava há muitos anos, por ter caído em desuso.
Agosto – Realizou-se em Góis a festa do Santíssimo Sacramento, “uma das mais belas e importantes que na Beira se tem feito”, segundo relato da imprensa, com vários actos religiosos e a que assistiram cerca de 4000 pessoas. A missa solene foi celebrada pelo Bispo de Portalegre, assistido por padres de várias povoações vizinhas e do mestre de cerimónia da Sé de Coimbra. A Procissão contou com as irmandades de Góis, Bordeiro e Várzea, e das bandas de Góis e Arganil, que também actuaram, cada uma no seu próprio palanque, um na Praça, outro no Pombal. Fogo-de-artifício deslumbrante e uma iluminação colorida surpreendente nas ruas e nas principais casas contribuíram para grande animação pela noite dentro.
1915 Actualmente é professora oficial da escola feminina de Góis, Emília das Neves Alves Caetano, filha de Josefa Maria das Neves, natural do Colmeal, e de José Maria Alves Caetano, do concelho de Pampilhosa da Serra.
27 de Janeiro – Um grande nevão cobriu de branco a vila de Góis e todos os montes à sua volta. Dizem os mais idosos que, há mais de 30 anos, não nevava com tanta intensidade.
27 de Fevereiro – De acordo com uma carta do bispo de Coimbra, é exonerado nesta data o padre António Marcelino Henriques dos Santos, que vinha paroquiando a freguesia de Cadafaz desde Janeiro de 1907. Vai ser substituído pelo padre do Colmeal.
Abril – Com a instalação da ditadura de Pimenta de Castro, o governo decretou a dissolução das Câmaras Municipais, tendo sido nomeadas comissões administrativas em alguns concelhos. Em Góis, os autarcas opuseram-se, não reconhecendo essa lei ditatorial e permanecendo em funções.
13 de Novembro – Morreu Manuel Martins Nogueira, de 74 anos, natural das Mestras. Veio muito novo para Góis como ferreiro e aqui, pela sua inteligência e trabalho, subiu até secretário da administração da Câmara Municipal, donde era aposentado, sendo depois o seu tesoureiro. Sendo pessoa muito estimada, o seu funeral teve grande acompanhamento.
9 de Dezembro – A Câmara Municipal autoriza a assinatura do contrato de arrendamento, por quatro anos, da Casa da Quinta e outro prédio ao cimo da rua da Ponte, pertencentes a Maria José Fernandes Dias e Ramos, para ali serem instaladas repartições públicas.
1916 Março – Na noite de terça-feira de Entrudo, realizou-se o Enterro da Carne, a tradicional festa popular desta época.
12 de Março – Foi inaugurado na Várzea de Góis o novo Hospital da Misericórdia, que ficou com o nome do seu benemérito, comendador Joaquim Marques Monteiro Bastos. Foi totalmente construído à sua custa, que também o equipou com mobiliário, farmácia e habitação para o farmacêutico. Por escritura, de 13 de Maio de 1915, o comendador já o tinha doado à Santa Casa da Misericórdia de Góis.
Abril – Está a decorrer uma mobilização extraordinária de militares, prevendo-se que venham a ser incorporados em regimentos, para a guerra que está a ocorrer além-fronteiras. Os que tinham ficado isentos, dos 20 aos 45 anos, vão ser de novo inspeccionados.
Maio – Em alteração ao código administrativo, agora aprovado, as paróquias passam a ter a denominação de freguesias. As Câmaras Municipais de 3a ordem, como é a de Góis (por ter menos de 16.000 habitantes), passarão a ter doze vereadores.
Julho – Dr. Alberto da Veiga foi nomeado médico interino municipal, em substituição do Dr. António Sousa Saraiva, que se aposentou.
30 de Novembro – Dúzias de pessoas juntaram-se na Praça da República, para reviver a tradicional feira de Santo André, a dos buréis, que teve fama no passado e que não se fazia há muito tempo. Espera-se que, com esta acção, a feira prossiga no futuro.
21 de Dezembro – Morre Claudino Nogueira de Campos, fundador da Havaneza Goiense, localizada no lado sul da Rua da Ponte. Seu filho José de Campos Nogueira assume a sua gerência. Em 1914, a família tinha comprado o edifício na Praça da República, para onde seria transferido o estabelecimento.
Dezembro – Por portaria do governo, foi louvado o comendador Monteiro Bastos, pela sua obra de assistência, na Várzea Grande. Para além da construção do Hospital, doou um donativo relevante à Misericórdia, a fim de o respectivo juro ser distribuído, em prémios anuais, a duas crianças carenciadas, que mais se venham a distinguir em aplicação e assiduidade.
1917 3 de Janeiro – José Barata Rodrigues é eleito Presidente da Câmara Municipal e o comendador António Torres Dias Galvão é reconduzido como Presidente da Comissão Executiva. Verificou-se um grande desinteresse no concelho por estas eleições.
Fevereiro – Na Brigada do Corpo Expedicionário, que partiu para França para combater o exército alemão, foram incorporados alguns soldados oriundos do concelho.
19 de Março – Faleceu com 56 anos de idade André Barreto Chichorro, agricultor em Góis e muito estimado na região. Solteiro, era filho de André Barreto Chichorro Perdigão de Vilas Boas, da Quinta do Baião, ex-presidente da Câmara Municipal.
2 de Maio – Morre na Várzea o comendador Joaquim Marques Monteiro Bastos, com 87 anos, natural de Ponte Pequena, Ponte do Sotam. Deixa o seu nome ligado ao hospital da Várzea e a outros melhoramentos no concelho.
3 de Agosto – Morreu com 65 anos de idade Manuel Barata Lima, natural de Casal Novo, importante industrial e proprietário na freguesia de Alvares. Segundo a imprensa regional, cerca de mil pessoas acompanharam o funeral.
9 de Agosto – Tem havido um movimento de protesto em todo o concelho, por a Câmara Municipal estar a exigir, em dinheiro, a co-brança da jeira (imposto do trabalho). É considerado ilegal, por a lei permitir que se possa pagar com o trabalho.
Setembro – Tomou-se conhecimento da morte do primeiro soldado do concelho de Góis na Grande Guerra, em França: Francisco Antunes, soldado no 138 da 1ª Companhia do Regimento de Infantaria no 23. Era natural dos Povorais, filho de José Antunes, já falecido, e de Maria Ludovina. Fica a abrir o Quadro de Honra dos goienses tombados nesta guerra ao serviço da Pátria.
12 de Setembro – Um grande incêndio destruiu a fábrica de resinagem instalada no lugar de Merouços, nos arredores de Góis, pertencente a Guilherme Alves Melão, seu sócio-gerente, e a José Mota Tavares. A fábrica encontrava-se em plena laboração e o fogo estendeu-se aos depósitos de aguarrás e resina, contíguos, ardendo todo o materialarmazenado. As caldeiras ficaram completamente danificadas e do edifício, situado a cerca de 40 m da estrada principal, restaram apenas as paredes.
1918 1 de Janeiro – Na Missa do Galo, actuou a Banda Independente de Góis, sob regência de Abílio Martins Adão. Apesar de a Sociedade Filarmónica ter estado desactivada há cerca de dois anos, os músicos reorganizaram-se propositadamente para esta solenidade, tencionando prosseguir a sua actividade.
2 de Janeiro – Foram eleitos José Francisco Mendes, Presidente da Câmara Municipal, e Dr. Mário Fernandes Nogueira Ramos, Presidente da Comissão Executiva. O concelho passa a ter uma Câmara genuína, sem as contrafacções havidas anteriormente.
Dr. Mário Ramos é designado Administrador do Concelho e Dr. Diogo Barata Cortez médico facultativo municipal, por impedimento do efectivo, Dr. Alberto da Veiga, que se encontra no nosso exército em França.
Na sua primeira reunião, a Câmara Municipal deliberou a anulação do imposto de trabalho (serviço braçal) cobrado a dinheiro, que tinha sido instituído no ano passado.
17 de Janeiro – Com a ditadura de Sidónio Pais, instalada no dia dez deste mês, e a consequente dissolução da Câmara Municipal, esta passa a ser gerida por uma comissão administrativa, presidida por Dr. Mário Fernandes Nogueira Ramos.
20 de Janeiro – Neste domingo, foi mais uma vez festejado o dia de São Sebastião, na capela do Mártir, com missa cantada. É antigo costume cada moradia da vila ali colocar, na véspera, candeeiros de azeite, que ficam acessos toda a noite.
Fevereiro – A comissão administrativa do município deliberou tomar posse do actual cemitério paroquial de Góis.
Março – A pedido de numerosos lavradores e criadores de gado do concelho, foi deliberado que a feira mensal de Góis, no Cerejal, que até agora tinha lugar na primeira segunda-feira de cada mês, passe a efectuar-se no primeiro sábado do mês. Também se deliberou que a Feira do Espírito Santo, de gado, que antes se realizava no domingo de Espírito Santo, seja desdobrada em dois dias: sábado, para o gado bovino e suíno, e domingo, para o gado lanígero e caprino.
9 de Abril – Neste dia deu-se a Batalha de La Lys, em França, onde os combatentes portugueses tiveram um heróico comportamento, com elevado número de baixas. No Hospital de Belém, veio a falecer o soldado Manuel do Sacramento Simões, natural de Alvares, atingido por gases asfixiantes.
18 e 19 de Maio – Teve lugar a feira anual do Espírito Santo, fazendo ressurgir um mercado de gado que teve renome no passado.
Junho – É grave a falta de alimentos, em parte devido ao mau ano agrícola, não havendo produtos essenciais, tais como milho, açúcar, batatas e arroz. Atendendo aos pedidos insistentes da Câmara Municipal, o governo cedeu dois vagões de milho, para fazer face à crise, tendo-se conseguido, pela Manutenção Militar de Coimbra, que fosse para aqui transportado por carroças do exército.
Julho – De Alvares, uma das freguesias mais afectadas pela crise alimentar, tem-se deslocado a Góis, semanalmente, um rancho de pessoas, para diligenciar o transporte do milho e outros produtos.
Agosto – Ansiosamente aguardado, chegou açúcar ao celeiro municipal. Vai ser distribuído semanalmente, por intermédio de senhas de racionamento.
Outubro – Chegou a Góis uma força militar, para coadjuvar a autoridade administrativa em serviços policiais.
15 de Outubro – Morreu Virgílio Duarte Nogueira, ex-secretário da administração do concelho, oficial e ajudante do registo civil, proprietário e comerciante. A sua morte foi muito sentida, não apenas pela sua simpatia e qualidades, mas também pela tragédia que se abateu sobre o seu agregado familiar, em que vários membros foram vítimas da gripe “pneumónica”.
Outubro – A epidemia de gripe alastrou no concelho, estando a provocar centenas de mortos, alguns por falta de socorros. Vieram reforços médicos de fora, tendo sido organizados serviços de apoio na escola masculina e num anexo ao hospital Monteiro Bastos. Não há enfermeiros nem gente válida para acudir a tantos doentes. Em Ponte do Sotam não houve praticamente qualquer residência que não tivesse alguém doente. Na fábrica de papel, em que trabalham 200 pessoas, foram atacados 120, tendo-se ali instalado uma farmácia e uma cozinha. A laboração da fábrica teve que parar. Em Alvares, só nas duas últimas semanas, morreram 35 pessoas, com o foco principal na sede da freguesia, onde esteve presente uma brigada sanitária, de médicos militares, farmacêutico e enfermeiro. Acabou-se o leite, galinhas, gorduras, bem como a mostarda, linhaça e outras drogas indispensáveis aos tratamentos. Adoeceu também o presidente da Câmara e o farmacêutico, Eduardo da Cunha Fróis, dificultando mais a acção de combate à doença. Uma pequena força militar, provisoriamente aqui estacionada, tem prestado um grande auxílio, socorrendo as vítimas e colaborando com o Dr. Diogo Cortez, único médico facultativo no concelho.
1919 3 de Abril – Foi exonerada a Comissão Administrativa Municipal e substituída por outra, presidida por Dr. José Afonso Baeta Neves.
25 de Maio – Realizaram-se neste dia as eleições municipais, não se tendo apresentado às urnas listas de democratas. As listas da maioria e minoria eram encabeçadas, respectivamente, por Dr. José Afonso Baeta Neves e Eduardo da Cunha e Frias. Nas urnas da assembleia de Góis entraram 304 votos e na de Alvares 134.
Junho – Para ajudar a combater a crise, foi anunciada a vinda de um vagão de milho para Ponte do Sotam, dois para a freguesia de Alvares e um outro para as de Góis e Vila Nova do Ceira. Continuam a faltar outros elementos essenciais. Na falta do centeio, tem-se adquirido ce-vada, usada em mistura com milho para certo tipo de broa.
14 de Julho – Comemorando a assinatura de paz internacional, houve uma significativa festa na vila, com a participação dos soldados, cabos e sargentos do concelho que, em África e na Europa, arriscaram as suas vidas. Foi entusiástico o seu desfile pelas ruas, acompanhados pela filarmónica local e de muito povo.
21 de Agosto – De acordo com a nova legislação, foram eleitos: para presidir a Câmara Municipal, Dr. José Afonso Baeta Neves, e para presidente da Comissão Executiva, Carlos Maria Cortez. Dr. José Afonso Baeta Neves acumula o cargo de Presidente da Câmara com o de Administrador do Concelho.
Outubro – Foi enterrado no cemitério de Alto de S. João, em Lisboa, Francisco Carneiro Nunes, natural do lugar de Cadafaz. Fora condecorado com o Grau de Cavaleiro da Torre e Espada, pela sua acção na guarda aos presos no forte de Monsanto, pagando com a vida a “sua atitude, espírito de sacrifício, civismo e acrisolada fé patriótica”. Foi ali colocada uma lápide, contendo gravada a respectiva medalha.
10 de Novembro – É instalada a Junta Escolar de Góis, criada recentemente pelo governo. Preside-a Dr. José Afonso Baeta Neves. Existem no concelho 18 escolas, frequentadas por 545 alunos: Góis - 2 (m. e f.), Ponte do Sotam - 1, Cerdeira - 1, Várzea - 2 (m. e f.), Bordeiro - 2 (m. e f.), Cadafaz - 2 (m. e f.), Colmeal - 2 (m. e f.), Alvares - 2 (m. e f.), Cortes - 1, Mega de S. Domingos - 1, Chã de Alvares - 1 e Roda - 1. Apenas três delas funcionam em edifício próprio.
1920 O censo deste ano indica 12.616 residentes no concelho, tendo-se verificado ao longo da década uma diminuição de 358 habitantes.
2 de Janeiro – Foram eleitos Carlos Maria Cortez, para Presidente da Câmara Municipal e Dr. José Afonso Baeta Neves, para Presidente da Comissão Executiva.
Fevereiro – Chegou milho e açúcar, há muito requisitado pela Câmara Municipal, que vai ser distribuído pelas freguesias. O celeiro municipal vai abrir novamente ao público, por a liberdade do comércio dos cereais não ter tido efeitos benéficos para a população.
10 de Março – Morreu em Coimbra Augusto Antunes Garcia, com 61 anos de idade, da Várzea Pequena. Emigrou para o Brasil, onde fez fortuna e foi figura pública, com várias condecorações, nomeadamente a Cruz de Ouro Humanitária da Sociedade Portuguesa de Beneficência. Regressado a Portugal, foi benemérito de instituições de caridade e de beneficência no distrito de Coimbra. Na Várzea, construiu uma capela no Barreiro e protegeu a filarmónica local.
8 de Abril – Esboçou-se uma greve na fábrica de papel de Ponte do Sotam, com adesão de alguns operários.
29 de Outubro – É inaugurado em Góis o posto da Guarda Nacional Republicana, constituído por um cabo e seis soldados. Fica instalado ao fundo da Rua da Ponte.
1921 Instalada uma unidade de destilação de resina, em Chã de Alvares, por Antonino Barata Neves, conjuntamente com seu cunhado João Alves Roda, pioneiros na região desta actividade industrial.
1922 29 de Janeiro – Realizaram-se eleições para deputados e senadores. Pelo círculo de Arganil, agrupando dez concelhos da região, foi eleito senador Dr. Mário Fernandes Nogueira Ramos, advogado em Góis. Para deputado, o círculo não conseguiu eleger qualquer candidato.
11 de Fevereiro – Foi constituída na Várzea Grande a Empresa Industrial Varzeense, tendo como objectivo as indústrias de serração de madeiras e de moagem de cereais. Os gerentes são Luís António Barata Lopes de Carvalho, um dos seus principais sócios, e José Daniel de Carvalho. Realizou a escritura o notário de Góis, Eduardo da Cunha e Frias.
5 de Agosto – Morreu nos Amiais, Serpins, Carlos Maria Cortez, de 45 anos de idade, natural da Várzea Grande, filho de Dr. Augusto César Cortez, da Quinta da Costeira. Era o actual Presidente da Câmara Municipal, ficando a substitui-lo o vice-presidente, padre Francisco Pe-reira Pinto.
3 de Setembro – Realizou-se a habitual festa religiosa da freguesia do Colmeal. A imagem do Senhor da Amargura, o Senhor dos Passos para os colmealenses, transportada da sua capela nas Seladas (inaugurada em 1893), para a igreja matriz, seguia à frente de 70 crianças que comungavam pela primeira vez.
Setembro – Deixou o cargo de chefia da secretaria municipal o Dr. Francisco Pereira Zagalo. É oficial do Registo Civil do concelho.
12 de Novembro – Eleições muito disputadas e vivas, entre dois grupos adversários, encabeçados por “monárquicos” de facções opostas. Ganhou a lista monárquica independente-liberal, do Dr. Diogo Barata Cortez, para a maioria e para a minoria, com 509 votos, contra a lista monárquica democrática-reconstituinte, do Dr. Mário Ramos, com 255 votos. A Câmara elegeu para seu presidente, Artur Augusto Cortez, e Abel Simões Carneiro para vice-presidente; e para a Comissão Executiva, Dr. José Afonso Baeta Ne-ves, presidente, Dr. Francisco Zagalo, vice-presidente, e André Barreto Chichorro, secretário.
Manuel Pedro Aleixo inicia a sua actividade na indústria resinosa, em Chã de Alvares.
Morre José Barata Rodrigues, com 81 anos de idade, natural da Várzea Grande, benemérito local. Foi Presidente da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia. Industrial em Fonte do Soito, nos ramos de madeira e lanifícios.
Morreu Eduardo da Cunha e Frias, que foi notário e farmacêutico na vila de Góis.
1923 Desde meados da década passada que Francisco Inácio Dias Nogueira, correspondente em Góis do jornal A Comarca de Arganil, com as secções “Política de Góis” e “Cartas de Góis” (subscritas com o pseudónimo X), tem publicado expressivas crónicas sobre factos da sociedade goiense, muitas delas, autênticos libelos contra os políticos e adver-sários locais. Está-se numa época em que a imprensa franqueia as colunas dos jornais aos seus leitores, permitindo abertamente a crítica e a discussão de ideias.
Constituída uma Comissão de Melhoramentos na povoação Roda Cimeira. Seria o embrião da actual Sociedade de Melhoramentos de Roda Cimeira, fundada em 1 de Novembro de 1928, a primeira instituição regionalista formalmente constituída no concelho.
Vai deixar a paróquia de Alvares o padre Augusto Nunes de Almeida, que durante cinco anos fez importantes melhoramentos na igreja matriz e em capelas.
Tomou posse o novo notário da vila de Góis, Dr. José Alves Pais.
Josué Augusto de Freitas Guimarães, que vinha exercendo a sua actividade farmacêutica em Arganil, abre uma nova farmácia em Góis.
Fevereiro – Frequência actual das escolas do concelho (número de alunos e de professores, por ordem): Alvares - 64 e 2; Chã - 39 e 1; Cortes - 20 e 1; Mega - 57 e 1; Roda Cimeira - 20 e 1; Cadafaz - 32 e 2; Colmeal - 63 e 2; Góis - 71 e 2; Bordeiro - 53 e 2; Ponte do Sotam - 22 e 1; e Várzea de Góis - 104 e 2. Número total de alunos: 545.
2 de Julho – Numa festa na Companhia de Papel de Góis, apresentou-se o recente Rancho de Góis, organizado por Óscar da Silva Cabral, que fez sucesso na sua passagem pelas ruas de Góis.
15 de Julho – Realizou-se neste dia a festa da Irmandade das Almas, que é presidida por Aquiles Gonçalves da Cunha. Há muito tempo que nenhuma das confrarias da vila realizava a sua festividade anual.
2 de Setembro – Realizou-se hoje a festa da Irmandade do Santíssimo Sacramento, em que Óscar da Silva Cardal é o seu juiz. Na missa solene, foi ministrada a comunhão a mais de 150 crianças.
Outubro – Abriu em Góis a Farmácia Nova, na Rua da Ponte, por debaixo do posto da Guarda Republicana, no mesmo local onde esteve estabelecido o falecido farmacêutico Ernesto dos Santos. É seu proprietário Roque dos Reis Branco.
1924 O Brasil voltou a ser um pólo de atracção para os goienses, que para ali têm estado a emigrar.
3 de Fevereiro – Actuou pela primeira vez em público a tuna local, sob a direcção do professor Serafim Marques Gomes de Araújo.
Reformou-se Alípio Nunes Barata que vinha chefiando a estação telégrafo-postal da vila.
1 de Maio – Por decreto desta data, são considerados monumentos nacionais, os tectos pintados da Casa da Quinta, um edifício que, desde 1914, tem estado alugado à Câmara Municipal. Julga-se que este imóvel tenha sido construído na primeira metade do século XVII por Pero Rodrigues Barreto.
1925 Segundo dados estatísticos, o índice actual de analfabetismo do concelho de Góis é de 79,6% (67,3% nos varões e 89,8% no sector feminino).
Têm prosseguido os trabalhos de construção do lanço de caminho-de-ferro entre Lousã e Góis. Há três anos que estão praticamente feitas as expropriações dos terrenos, no concelho de Góis, reinando por isso um clima de optimismo, investindo-se na abertura de novas casas comerciais e em projectos de instalações industriais.
3 de Maio – Eleitos os corpos sociais do novo Clube Recreativo de Góis. Eng. Álvaro de Paula Dias Nogueira e Dr. José Afonso Baeta Neves presidem à Direcção e Assembleia Geral, respectivamente.
Agosto – Decorreram, nos dias 29, 30 e 31 deste mês, festejos em honra de Santo António, de grandes tradições, com muitos forasteiros. A imprensa regional refere a presença de cerca de 7000 pessoas.
23 de Outubro – No animatógrafo de Góis, Cine-Teatro Dias, actuou a nova orquestra, que se deve ao Eng. Álvaro Dias Nogueira. De futuro, aos domingos haverá duas sessões de cinema: no final da manhã, às 12.30 horas, para as pessoas que vêm de fora para o mercado, e à noite, como de costume às 20.30 horas, destinada ao público da vila.
22 de Novembro – O padre Josué Ferreira Lopes, que vinha paroquiando a freguesia de Vila Nova do Ceira desde 3 de Maio de 1915, foi substituído pelo padre Caetano Lucas dos Reis.
22 de Novembro – Nas eleições municipais, apresentou-se apenas uma lista, constituída por monárquicos, nacionalistas e independentes. Os vereadores eleitos foram Abel Simões Carneiro, Álvaro de Paula Dias Nogueira, André Barreto Chichorro, Artur Simões Cortez, Cassiano da Silva Barata, Fernando Augusto de Matos, padre Francisco Pereira Pinto, Dr. Francisco Pereira Zagalo, Joaquim Simões Figueiredo, Dr. José Afonso Baeta Neves, Manuel Simões Folgosa e Dr. Mário Paredes de Nogueira Ramos. Para presidir a Câmara Municipal, foi escolhido o padre Francisco Pereira Pinto. Dr. José Afonso Baeta Neves continua como presidente da Comissão Executiva.
1926 Janeiro – Preciosa Mourisca Negrão é a nova chefe da estação telégrafo-postal.
22 de Fevereiro – Morre Artur Augusto Cortez, natural da Várzea Grande, ex-Presidente da Câmara Municipal. Era director da Filarmónica Varzeense e provedor da Santa Casa da Misericórdia.
2 de Abril – Realizou-se hoje, Sexta Feira Santa, o Sermão do Descendimento, a que se seguiu a Procissão do Enterro. Esta cerimónia comemorativa da Paixão de Jesus não se fazia há muitos anos.