Como e quando nasceu ...histórias que ao longo dos tempos foram contadas, passando de pais para filhos: Dois irmãos, vindos detrás da serra, oriundos de Braçal (Pampilhosa da Serra), instalaram-se em casebres feitos de pedras, cobertos com colmo, por eles construídos quando pastores, que vinham com os rebanhos pastar e dar-lhes água que corria fresquinha no vale. Certamente escolheram aquele sítio para morar, quando tivessem as suas companheiras. E porquê ali? O local escolhido cruzava com a ribeira, a estrada que fazia a ligação a Mestras e a Cadafaz.Contava-se que estas aldeias seriam mais antigas que Corterredor. Os vestígios da pequena aldeia são bastantes. Os caminhos. os restos das habitações. os muros de protecção aos ventos, as paredes das cavadas, a eira, a fonte, o moinho, etc. Estes habitantes mantiveram-se por algum tempo, mas depois resolveram partir à procura de melhor local, devido aos seus bebés não resistirem às intempéries dos invernos gelados, nevoeiros densos e ventos frios. Então, determinaram deixar as suas casas e partir em busca de melhor lugar. Puseram os poucos utensílios que possuíam em cima do burro e encaminharam-no pela margem da ribeira, seguindo para poente e exclamaram: "Onde o burro parar, vamos fazer o lugar". Quando, o burro já cansado, encontrou uma relva fresca, parou e pôs-se a comê-la. No mesmo local havia uma cilha de colmeias que se chamava Coladinha. Junto às abelhas, começaram as construir as primeiras casas e assim nasceu Corterredor. Junto à ribeira fizeram o curral do burro. Passado algum tempo, veio uma violena trovoada e a ribeira encheu, destruindo o curral, e lá se foi o pobre burro, ribeira abaixo, até à Cobeira (Cabreira), entrando no rio Ceira, até que desapareceu. No local da Cilha das Colmeias, muitos anos mais tarde, por volta de 1650, foi construída a capela de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da aldeia de Corterredor. O pequeno largo ainda hoje é conhecido por Coladinho, embora haja uma lápide com o nome de um filho de Corterredor, nascido em Janeiro de 1814, que muito jovem partiu para o Brasil [Manuel Lourenço Baeta Neves, barão de Louredo]... (...) ...diz-se que o conde de Sortelha, D. Luís da Silveira, foi quem delimitou, com a ajuda dos seus colaboradores, as aldeias desta região... diz-se também que que ele perguntava aos moradores dos lugares qual a área que queriam para proventos dau sa aldeia e os naturais disseram que queriam tudo ao "redor do povoado". Daí veio a propósito o nome de da aldeia Corta-ao-redor. Com andar dos tempos, foi-se modificando para Corte-Redor e Corterredor. Lucinda Nunes Rosa (O Varzeense, 2003)
Suas minas romanas e mouriscas (...) A bacia de Corterredor tem várias minas, algumas delas com poco interesse, mas existem quatro que são relevantes pelas suas histórias, duas das quais têm a porta tapada com parede. Uma delas, onde diziam os mais velhos os os lobos se escondiam e depois atacavam os rebanhos, fica situada do lado norte das ruínas da primitiva aldeia. A segunda, em 1934, na feitura de uma propriedade, foi encontrada uma galeria, próxima da porta onde estavam alguns utensílios da época, localizava-se próximo da escola, do lado nascente. As duas restantes podem ser visitadas, uma delas com uma nascente de água bastante abundante, que é utilizada na rega das hortas circundantes. Reza a história do povo que esta mina chega ao Porto-Pereiro, limite de Cadafaz, situada no cimo da aldeia. A quarta mina localiza-se em Entre-As-Pontes, na encosta sul, limite de Corterredor. Lucinda Nunes Rosa (O Varzeense, 2003)
Os moinhos da Ribeira São um conjunto de nove moinhos, movidos pela força da água, construídos nas margens da ribeira e denominados pelos locais onde foram instalados.. A maioria são de particulares e em grande estado de degradação. Quando este povoado era habitado por quase todos aqueles que por cá nasciam, os moinhos eram poucos para fazer farinha para o fabrico da broa de milho, misturada com um pouco de trigo ou centeio.Os moinhos, como acima disse, são conhecidos pelos lugares onde foram feitos. Sendo assim, vou denominá-los, começando de nascente para poente, ao longo da ribeira: Moinho da Risca, Moinho das Valceiras, Moinho dos Loureiros, Moinho da Banda d'Além, Moinho do Pátio, Moinho da Sobreirinha, Moinho dos Regatos, Moinho da Urgueira e Moinho do Povo. Este último é especial pela sua localização e origem. Como o nome indica, foi feito pelo povo e para o povo. Tudo leva a creditar que foi o primeiro moinho a ser construído na nossa aldeia. Hoje é um moinho que está integrado no programa AGRIS, liderado pela Comissão de Melhoramentos de Corterredor, para a sua restauração, junto com a represa e a levada.(...) Lucinda Nunes Rosa (Jornal de Arganil, 3.4.2003)
A sua escola abriu oficialmente em 1935, com 37 alunos. Esteve em actividade durante 4 anos, de 1935 a 1980. Em 1982 foi entregue à Comissão de Melhoramentos, para ali ser instalado o Centro de Convívio, que, após obras de restauro e ampliação, seria inaugurado em Julho de 1997.
A sua Comissão de Melhoramentos foi fundada em 1975.
População residente, de acordo com as estatísticas oficiais: 1911 - 170; 1940 - 155; 1960 - 113; 1970 - 117; 1981 - 67; 1991 - 44; 2001 - 39