«O conhecimento da importância que em todos os tempos lhe foi reconhecida pelos povos da nossa freguesia, fez com que, periodicamente, estes lhe dedicassem cuidada atenção de conservar o recinto e melhorá-lo com empreendimentos dentro das suas possibilidades que fossem surgindo. Assim, no final do século passado, construi-se a capela nova em substituição da antiga, que estava em ruínas. Por esta construção, feita à custa particular, contribuiu, então, com 300$000 réis, D. Ana vitoria Barata de Figueiredo, cujo retrato, por homenagem, se encontra na sacristia. Por volta de 1930, a pedido local, o director das Obras Públicas de Coimbra, engenheiro Rangel de Lima, manda construir paredes, mirantes e a estrada que circunda o santuário, demolindo-se o casario disperso que ali se encontrava. Um lapso de tempo decorre, considerando-se bastante o urbanismo executado, até que cerca de 1947, a D. Maria Augusta Baeta Garcia promove a plantação de algumas árvores, que apropria cuida, fazendo conduzir à sua custa, em pipas, a água indispensável à rega, para as árvores singrassem. Algumas mesas de pedra tosca, vão aparecendo na sombra de algumas das árvores, ainda de pequeno corte. Entretanto, surgem múltiplas tentativas, sempre infrutíferas, para levar água ao cerro, porque as pesquisas davam sempre resultado negativo. Em 1957, a comissão das festas da Candosa, formada pelo saudosíssimo José Vicente Nunes, Luís Henriques Garcia e Mário Alvoeiro, dá início a uma nova era na urbanização do cerro, construindo em alvenaria e cimento armado, um artístico coreto de carácter definitivo e que importou cerca de dez mil escudos, entrando os componentes da comissão com grande parcela do seu bolso particular, para o custeio do empreendimento. Tal facto foi o rastilho para novos melhoramentos e, assim, aproveitando parte dos saldos das festas e auxílios próprios, o sr. eng. António Barata Garcia instala uma rede de electrificação com postes de cimento e constrói um edifício em local apropriado, de molde a não prejudicar a vista do cerro, para a instalação do gerador da energia. Simultaneamente, num rasgo de entusiasmo, constitui-se em comissão os srs. Ramiro das Neves Ferreira, Luís Henriques Garcia e António Castanheira Rodrigues, que, com uma perseverança exemplar, conseguem o almejado milagre de dotar o cerro com o abastecimento de água, que foi oficialmente e festivamente inaugurado. Tal vitória anima-os e logo a seguir constroem arruamentos novos e esplanadas, envolvidos por 200 metros lineares de paredes, com um a três metros de altura; e plantam 50 árvores ornamentais, que resguardam com grades de madeira e plantam ainda dezenas de metros de sebe viva, em cercadura dos arruamentos, enfim, dando ao cerro um aspecto novo, pleno de atracção e que acabámos de admirar. (…)»