A povoação da Simantorta possuía uma escritura para salvaguarda da sua bacia. Não sabemos a sua data, por ter desaparecido, sem se saber como. Sabemos é que a referida escritura tinha como finalidade reservar, para consumo da povoação, todas as lenhas e matos existentes na bacia da Simantorta. Como os habitantes de algumas povoações vizinhas tentavam abastecer-se de mato, lenha e fazer carvão, originavam-se inúmeras escaramuças entre uns e outros, o que algumas vezes deu origem a queixas, tanto no Tribunal de Arganil, como no Julgado de Paz em Alvares. Para evitar essas contendas, resolveu o então Juiz de Paz Manuel dos Santos Ferreira, professor primário em Alvares, nomear uma comissão em Simantorta, com a designação “Comissão Zeladora pelos Interesses de Simantorta”. A referida comissão era então constituída por Manuel António Alves, José Augusto Antão e Antonino Barata Lima. Com a sua morte, ficou a povoação sem pessoas para gerir os pequenos melhoramentos que então se faziam, e digo pequenos porque as verbas recebidas da Câmara e Junta de Freguesia eram reduzidas. Mesmo com fracos recursos, não quero deixar de salientar duas obra que, embora não pareçam, foram grandes: a canalização do Barroco do Solgaçal e as pontes do Ameal e Foz da Lousa. Com as mortes daquelas pessoas, e que deram fim á Comissão Zeladora, foi então que todos (e digo todos para não ofender ninguém), os naturais de Simantorta se uniram e fundaram, em 24 de Janeiro de 1950, a Comissão de Melhoramentos de Simantorta. (…) Albano António Alves
Simão-Torta Existem duas histórias acerca da origem do nome da aldeia: A primeira diz que outrora veio um homem de fora e pediu uma jovem bonita, residente da aldeia, em casamento. Ela recusou, mas quando viu que este estava a deixar a aldeia mudou de ideias e chamou-o de volta. No entanto, o rejeitado respondeu-lhe: “Agora 'Simantorta'!” e foi-se embora. A segunda conta que a povoação de Simantorta que antes se chamava Simão-Torta, foi fundada, tal como a maioria das povoações da freguesia de Alvares, por pessoas que trabalhavam na herdade de Alvarinhos, depois Alvares, por conta do Mosteiro de Folques. As pessoas trabalhavam na agricultura e dedicavam-se à plantação de castanheiros, que a partir de Alvares se fez nas ribeiras de Roda e de Simantorta. Com o crescimento, os castanheiros começaram a dar trabalho quase todo o ano, o que levou as pessoas a fixarem-se nos vales mais produtivos. O primeiro homem que se fixou na actual Simantorta chamava-se Simão e a sua companheira era conhecida pela Torta, daí que a pessoa que recebia os dízimos, se referisse aos produtos recebidos daquele casal como sendo do Simão e da Torta. A relação dos nomes que constavam na dizimaria serviram naquele tempo para identificar as localidades e, assim, aquele vale ficou conhecido como Simão-Torta. (de “Goispro Mediação Imobiliária, Lda”)