É uma aldeia quase perdida no meio da luxuriante vegetação, localizada no concelho e freguesia de Góis, no distrito de Coimbra. É conhecida no meio rural pelo nome popular "munho". Fica situado nas margens do Rio Sótão, pouco depois da afluência da Ribeira do Loureiro e Ribeira da Pena, encontrando-se as aldeias de Ribeira Fundeira e Pena a montante, e as aldeias do Areeiro e Ponte do Sótão a jusante. No Casal do Moinhos existiam duas azenhas, que eram utilizadas para moer o milho cultivado nas aldeias vizinhas, trazido pelos próprios agricultores, apenas para a produção da magnífica "broa", geralmente para consumo familiar. Sendo esta uma zona serrana e com locais de bastante declive, não era tarefa fácil para quem se deslocava com o milho à cabeça e depois trazia a farinha na viagem de regresso a suas casas. Depois da década de 60, apenas uma das azenhas funcionava. Até lá, na época de Outono, depois das primeiras chuvas, durante o Inverno e no inicio da Primavera, também só uma das azenhas funcionava, até porque as fortes enchentes e o caudal do rio formado pelas duas ribeiras não permitia o acesso à outra margem. Por outro lado, o caudal do rio atingia o nível do "rodízio" da azenha da margem sul, tornando impossível a sua utilização. O Casal dos Moinhos teve o seu auge populacional no inicio século passado, com 6 habitantes, depois passou por um período de total desertificação, voltando mais tarde a ser povoado com 4 habitantes, que por lá permaneceram entre as décadas de 1960 e 1980, altura em que ficou reduzido a 3 habitantes. Ainda na década de 1980 a população foi reduzida para duas pessoas apenas. Actualmente não tem habitantes em permanência, situação que se poderá alterar brevemente. É frequentemente visitado pelos seus proprietários, que efectuam várias visitas breves, quanto mais não seja apenas para saborear a água, cheirar o perfume das urzes e matar saudades daquele lugar único. (Memoria Portuguesa)
Este é um lugar místico pela sua história, quer socialmente, quer pelo seu património único e próprio. Desde os moinhos ou azenhas, que dão o nome à aldeia, há rochas com perfil único, desde a altura da exploração do minério, quando por ali passaram pessoas que marcaram no tempo a sua passagem e lhe deram um cariz único, até gerações mais recentes, como foi o caso do meu avô materno que, com a ajuda do “Marquês” da Ribeira Cimeira e de outros, deixaram a sua marca nos monumentos escavados e esculpidos nas rochas, como é o caso da “Peneda Furada”, do “Calhau Rachado”, das “Covas das Enguias”; depois, há ainda os lugares míticos, como é o caso da “Fraga Grande”, da “Peneda dos Corvos”, passando pelos sítios cuja flora é única, nomeadamente em relação às espécies existentes, por exemplo no “Vale dos Carvões”, na “Molhada”, na “Copeira”, na “Cavada”, desde os conhecidos “Fetos Reais” até um sem fim de espécies, cujas particularidades já há alguns anos foram realçadas e até classificadas por biólogos e botânicos. Victor G. ("casaldosmoinhos.blogspot.com")