A aldeia, com cerca de 150 anos, foi totalmente abandonada desde o ano 2000. Em 1960, o censo indicava 19 residentes. Recentemente, a adeia foi sendo adquirida na sua totalidade, envolvendo mais de 120 propriedades urbanas e rústicas pertencentes a 14 proprietários, para ser reconstruída num empreendimento turístico. «No passado, o Loural tinha uma comunidade próspera e florescente, as famílias tinham muitos filhos e as pessoas trabalhavam no campo. Uma antiga residente do lugar contou-nos como as pessoas costumavam viver. Apanhavam as castanhas no Outono, secavam-nas em caniços por cima do fogo, descascavam-nas, pisando-as com os pés e guardavam-nas em arcas de madeira. As castanhas eram uma fonte alimentar muito importante para as pessoas de antigamente. Dedicavam-se também à plantação do milho que carregavam até ao ‘Moinho do Loural’, onde era moído. Um prato que se costumava cozinhar frequentemente eram os ‘carolos’ – milho, moído mais grosso, era cozido em água com sal até ter uma consistência grossa, juntava-se um pouco de azeite e cortava-se esta ‘polpa’ de milho em peças e comia-se esta acompanhada com castanhas cozidas, azeitonas ou, quando havia, com sardinhas. Às vezes também se barrava estas fatias de milho com mel. Os ‘carolos’ mostram uma grande similaridade com um prato típico italiano, chamado ‘Polenta’. Nas cozinhas fazia-se uma fogueira no chão onde as famílias costumavam sentar-se à volta. Os enchidos eram pendurados em paus por cima da fogueira para os fumar e o presunto era primeiro secado, salgado e depois também fumado por cima do fogo da cozinha. A água vinha dos poços e do barroco, e ocasionalmente podia acontecer que os sapos nadavam na mesma água que as pessoas bebiam! As crianças iam à escola do Colmeal, caminhando em estreitos carreiros; demoravam uma hora e meia para cada lado. (Embora já tenha passado muito tempo desde as ultimas crianças que aqui brincarem, ainda se vêem desenhos riscados nas pedras à volta da aldeia.) Em Loural, nas entradas dos edifícios, destacam-se planas pedras com um buraco no meio que parecem ter sido feitos para segurar um pesado portão. Uma outra característica notável, é que em frente dos edifícios onde era guardado o gado, havia muros muito fortes e altos. Estas duas coisas podem eventualmente sugerir que os habitantes levavam a protecção do seu gado contra a população dos lobos muito a sério.» ("Goispro Mediações Imobiliárias, Lda")