De José Afonso Baeta Neves, em1897*: « (…) É tradição que fora mandada construir por um ourives do Porto, em acção de graças pela cura que alcançara de uma grave doença de que viera tratar-se no célebre Hospital de Góis. Por mais diligências que empenhássemos não foi possível adiantar coisa alguma à simples tradição, não conseguindo descobrir coisa alguma que nos elucidasse sobre a época exacta da fundação da capela e nome do fundador. Cremos, porém, que a capela é muito antiga e que a actual é uma reconstrução, operada no fim do século passado, não por um ourives do Porto, mas sim, por Manuel Dias Ourives, natural da vila de Alhandra, que faleceu em Góis em 20 de Maio de 1780, com testamento feito no dia antecedente, testamento que se encontrou no arquivo da Misericórdia de Góis. (…)»
Segundo opinião de Mário Ramos**, e baseando-se em documentos citados, a capela já existia quando Manuel Dias Ourives institui uma “capela-vínculo” (afectação de bens para fins de culto), nada tendo edificado. O seu testamento é de 10 de Maio de 1708 (e não de 1780, como erradamente consta numa certidão e aceite por Baeta Neves), tendo falecido a 20 do mesmo mês e sepultado na Igreja de Góis.
Tem forma hexagonal e não octogonal, como, por engano, é citado em várias obras. Foi uma das capelas devastadas pelas invasões francesas. Por isso, seriam adquiridas novas imagens de S. Sebastião (em 1817) e de S. Cosme e S. Damião (em 1828). Uma nova sacristia foi construída aquando das obras de 1850. Anexada a administração da capela à Santa Casa da Misericórdia, por decreto de D. Maria II, em 1848. Classificado como Imóvel de Interesse Público, em 1978.
* Notícia Histórica e Topographica da Villa de Goes e seu Termo, pp. 51-53. ** Arquivo Histórico de Góis, pp. 232-235, fonte de outras informações.