D. Luís da Silveira I, 1º conde de Sortelha (…-1533)
D. Diogo da Silveira I, 2º conde de Sortelha (…-1586 ?)
Diogo da Silveira II (…-1593 ?)
D. Luís da Silveira II, 3º conde de Sortelha (1578-1617)
Branca de Vilhena da Silveira (…-1649)
Madalena de Vilhena da Silveira (…-1658 ?)
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Diogo Martins da Silveira Seu bisavô, Gonçalo Vasques da Silveira, terá sido o patriarca da família, adquirindo o senhorio da Quinta da Silveira, no termo de Redondo, no Alentejo. Seu pai, Nuno Martins da Silveira, herdeiro daquela quinta e de outros bens, muito ligado à Corte, sobressaiu na sociedade da época, pela sua personalidade invulgar e pelo prestígio alcançado. A ele se deve uma forte consciencialização do espírito de família, para o que instituiu, em 1431,uma capela de morgadio. Diogo Martins da Silveira foi nomeado em 1453 Escrivão da Puridade de D. Afonso V, fazendo parte do conselho régio. Exerceu também os lugares de Coudel-mor e Vedor-mor das obras do reino, bem como de Alcaide-mor de Terena. Comendador da Ordem de Cristo. Ao casar com Beatriz Lemos de Goes, une as Casas dos Goes e dos Silveira. Mas como o seu sogro, Fernão de Goes, andava em longa disputa com o irmão sobre os direitos à posse do senhorio de Góis, D. Afonso V despachou, por carta de 18 de Janeiro de 1459, dando razão às suas pretensões. E, a 26 desse mês, em acto solene realizado em Góis, no Largo do Pombal, sob aquele antigo carvalho que no passado tinha dado cobertura a outros actos importantes da comunidade, um representante do Rei, Lopo Fernandes, transmite ao povo de Góis a decisão real. Além das terras se sua mulher – Góis, Oliveira do Conde, Currelos, Penalva, S. Gião, morgadio de Calhariz de Benfica – tem os senhorios de Recardães, Segadães e Brunhido, na região de Águeda, e de Terena, no Alentejo. Morre em princípios de 1464, em Marrocos, onde ia incluído no séquito da Corte. Segundo relatos coevos, deu a sua vida para salvar a do rei. Beatriz Lemos de Góis, viúva, com os filhos ainda muito novos, assegurará o cargo de senhorio de Góis, vindo a falecer, provavelmente em 1521, ano em que seu filho Nuno é nomeado Senhor de Góis.
Nuno Martins da Silveira Ficando órfão de pai muito novo, D. Afonso IV responsabilizou-se pela sua educação, acolhendo-o na Corte. Seria Escrivão da Puridade de D. Afonso V e de D. João II, lugar já ocupado pelo seu pai e seu avô, Regedor de Justiça na Casa de Suplicação, Guarda-mor de D. Manuel, Provedor-mor dos Hospitais, Albergarias e Capelas, além de outros ofícios. Já idoso, em 1525, seria nomeado Mordomo-mor da Rainha D. Catarina, após o seu casamento com D. João III. Esteve na batalha de Toro, em 1476. Terá tido um papel relevante no desenvolvimento de Góis, ajudando sua mãe, viúva, enquanto donatária das terras. Foi no seu tempo que foi estabelecido o foral manuelino e feito o projecto da ponte sobre o rio Ceira, deixando várias instruções ao seu filho Luís, que lhe sucedeu no senhorio. Casou com Filipa de Vilhena, dama da Rainha D. Leonor, em Évora, a 15 de Agosto de 1482. A cerimónia foi relatada como um acontecimento mundano relevante, na presença da Corte, tendo os reis como padrinhos de casamento. Teve 12 filhos, entre eles, João da Silveira, que foi prior em Góis. Morreu em 28 de Maio de 1528, sendo sepultado em Góis, a seu pedido. A sua campa, juntamente com a da sua mãe, encontra-se sob o solo da capela-mor da Igreja matriz.
D. Diogo da Silveira I D. Sebastião concedeu-lhe, em 1570, o título de 2º Conde de Sortelha (seu pai tinha tido o título de Conde de juro e herdade, portanto não transmissível a herdeiros). Casou com Maria de Meneses, filha de João Rodrigues de Sá e Meneses. Fez parte dos conselhos de D. João III, D. Sebastião e D. Henrique. Guarda-mor de D. Sebastião, D. Henrique e Filipe I. Alcaide-mor de Alenquer. Em Góis, a sua obra principal foi o Hospital de Góis, com a Capela de Espírito Santo e os claustros. Terá sido inaugurado, presumivelmente no ano 1559, após autorizado pela Cúria Romana.
Diogo da Silveira II Sucedeu no senhorio ao avô D. Diogo da Silveira I, por seu pai, João da Silveira, ter morrido, na batalha de Alcácer Quibir em 1578, ainda em vida do donatário. Faleceu novo, menor de idade, sem geração.
D. Luís da Silveira II Sucedeu a seu irmão Diogo, em 1593. 3º Conde de Sortelha, foi Guarda-mor de D. Filipe I e D. Filipe II. Casou duas vezes, sem filhos varões. Morreu em 1617.
Branca de Vilhena da Silveira Herdou o senhorio de seu pai, tendo casado com o seu tio, irmão da mãe, D. Gregório Thaumaturgo de Castelo Branco, 3º Conde de Vila Nova. É figura do romance histórico “Um Duelo na Sombra” de António Francisco Barata, em parte passado em Góis. Morreu a 30 de Abril de 1649.
Madalena de Vilhena da Silveira Herdou o senhorio por morte da sua irmã Branca. Casou com seu primo D. Pedro Luís de Lencastre, 2º Conde de Figueiró. Supõe-se que terá morrido a 21 de Julho de 1658.