Nasceu em Góis a 4 de Fevereiro de 1774, filho de José das Neves Carneiro, natural do lugar do Pião e morador na vila de Góis, e de Jacinta Maria de Jesus da Silva Nogueira. Era neto paterno de António das Neves e de Maria Carneiro, de S. Pedro da Várzea, e materno de Luís António Nogueira e de Mariana José do Espírito Santo, ambos naturais da vila. Licenciou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra em 1799 e exerceu a sua profissão em Idanha-A-Nova, até 1808, e depois na Covilhã e no Fundão. Entusiástico defensor das ideias liberais, vigoroso nos seus discursos, foi grande vítima dos movimentos políticos da época, tendo sido titulado de “jacobino”, “inconfidente”, “francês”, “malhado” e “pedreiro-livre”. Perseguido politicamente, esteve fugido em Espanha e preso e torturado durante vários anos, em Castelo Branco e Lisboa. Após a restauração liberal, foi eleito para o congresso constituinte. Um dos seus filhos, António Maria das Neves Carneiro, foi um dos estudantes implicados no assassínio de dois Lentes de Coimbra, em 1828, tendo sido enforcado. A colaboração prestada ao filho, valeu-lhe ser condenado. Sobre ele, o visconde Pereira e Cunha publicou em 1849 “O Elogio Histórico do médico António das Neves Carneiro”. Camilo Castelo Branco relembra-o no “Retrato de Ricardina” e em “A Viúva do Enforcado”. A sua vida e de alguns dos seus filhos estão documentados na Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira, vol. XVIII, pág. 684. Morreu no Fundão a 26 de Março de 1848, com 74 anos de idade.