Francisco Barreto Botelho Chichorro de Vilas Boas (1815-1869)
Nasceu em Góis a 1815, sendo baptizado a 7 de Janeiro do ano seguinte. Casou com Gertrudes Magna Garcês. Tinha carta de fidalgo cavaleiro da Coroa Real, passada pelo Rei D. Miguel, que se encontra descrita no Livro de Diplomas e Cartas Honoríferas da Câmara Municipal de Góis. Foi nomeado Capitão-mor das Ordenanças do Distrito da Vila de Góis, competindo-lhe dirigir o comando da zona e fazer a respectiva preparação militar. Chefiava um batalhão de voluntários miguelistas, com sede na Quinta da Capela, “regularmente fardado”, que participaria em várias lutas, nomeadamente na guerra civil de 1846-47, comandando o Batalhão de Góis, ao lado dos “patuleias”, os partidários da ala esquerda do liberalismo. Foi o último Capitão-mor de Góis. Foi proprietário dos Paços Velhos, do Paço Novo e do antigo Hospital. Residia na Quinta da Capela, que herdara dos seus antepassados. Com o seu irmão André, dividiu as actuais Quinta do Baião e Quinta da Capela, que então formavam um todo (escritura de 19.12.1859). Na porta da Capela de São José, na Igreja Matriz de Góis, que pertencia à sua família, encontram-se as suas iniciais “F B B CH VB 1863”, referentes às obras de restauração que mandou fazer naquele ano. A sua personalidade inspirou José Rodrigues Miguéis (oriundo de Góis, por a sua mãe ali ter nascido, em 1858), como principal personagem de “O Morgado da Pedra Má”, um conto que se desenrola em Góis, transmitindo-nos cenas da vida da época, embora com personagens fantasiadas. Tendo falecido sem descendência, deixou as suas propriedades a seu sobrinho do mesmo nome Francisco Barreto Botelho Chichorro de Vias Boas (1857-1927). Morreu em Lisboa, a 9 de Agosto de 1869.