Nasceu em Góis a 19 de Outubro de 1889, filho de Dr. José Afonso Baeta Neves, natural de Bordeiro, e de Fortunata Augusta Bebiano. Casado com Maria Isabel de Noronha Baeta Neves. Oficial da Armada e engenheiro hidrógrafo. A convite do governo francês, frequenta em Paris, um curso de aperfeiçoamento em oceanografia e hidrografia. Faz parte da missão portuguesa que representou Portugal no Congresso Hidrográfico de Londres. Integra a missão hidrográfica das costas de Portugal, que realiza o levantamento da carta terrestre e a sondagens das águas costeiras. Uma das mais distintas figuras da ocupação científica do então Ultramar Português, nos domínios da geodesia e cartografia. “A actuação do comandante Baeta Neves como operador - geógrafo do Ultramar, em que durante mais de trinta anos se ocupou, constitui trabalho científico de grande valor. Seu nome será perpetuado como o de quem mais tempo e melhor operou como geógrafo de campo no Ultramar”, dele escreveu o almirante Gago Coutinho. Em Moçambique, onde passou os seus últimos vinte anos, a população dedicava-lhe grande estima. Ali faleceu em 1956, “envolto numa aura de prestígio e de pitoresco – homem de ciência, funcionário exemplar, andarilho de sertões, amável conversador, delicado e afável, curiosa e atraente composição de homem do mato e homem de sociedade”, como se escreveu na imprensa de Moçambique, após a sua morte. Depois da independência, e contrariamente com o que se passou com a maior parte da toponímia relacionada com o passado colonialista, o governo de Moçambique quis que a sua personalidade ficasse perpetuada, conservando o nome que anteriormente tinha sido dado a uma das ruas da então cidade Lourenço Marques, hoje Maputo. Está na toponímia da vila de Góis, tendo sido descerrada a lápide com o seu nome em 1 de Novembro de 1989.