Nasceu na Várzea Grande a 14 de Outubro de 1926, filho de Adriano Baeta Nogueira e Júlia Garcia Nogueira. Em 1947 emigrou para Angola, onde se estabeleceu na zona do Quitexe. Nesta vila, em sociedade com o seu irmão Alfredo, foi comerciante, agricultor de café e industrial. Envolvido na barbárie que toldou os espíritos de portugueses e angolanos em Março de 61, soube afirmar o seu carácter no respeito pela dignidade humana, contra a violência, a vingança e o terror. Deixou-nos o relato desses dias negros no repositório de memórias que é o livro Quitexe 61 – Uma Tragédia Anunciada. De regresso à sua terra, é aqui que vai refazer a sua vida e empenhar a sua capacidade empreendedora. Em 1964 fundou a Empresa Cerâmica da Várzea, fomentando a criação de emprego e a dinamização do comércio e indústria na sua terra. Foi impulsionador, fundador e dirigente da Cooperativa Silvo-Agro-Pecuária de Vila Nova do Ceira e esteve na vanguarda do ressurgimento da Filarmónica Varzeense. Lutador pela liberdade, contra a ditadura salazarista, participou activamente na oposição democrática, nomeadamente nas campanhas eleitorais de Humberto Delgado, em Angola, e da CDE em 69, na sua freguesia natal. Pintor autodidacta participou em todas as exposições das Mostras de Artes Plásticas de Vila Nova do Ceira. Além de Quitexe 61 – Uma Tragédia Anunciada, publicou também Roteiro Sentimental (versos). Faleceu a 27 de Fevereiro de 2006.