Por morte do pai, Vasco Farinha de Goes, primogénito, herda o senhorio de Góis, enquanto seu irmão Afonso, o segundo filho, ficava com a Quinta de Farinha Podre. Em 1260, era “cavaleiro e vizinho de Moura”, como referido num documento sobre uma demarcação entre os termos de Beja e Évora. Mais tarde, por morte daquele irmão, Afonso Pires de Farinha (hipersensibilizar), herda também a Quinta de Farinha Podre, facto que originaria uma guerra com seus familiares, que se julgaram preteridos nos seus direitos. Os confrontos chegaram a atingir tal dimensão (“de ambas as partes ouve muitas mortes e feridos”, segundo os cronistas), acompanhados com muitas queixas dos moradores da região, que o rei D. Dinis interviria, tendo-se chegado a uma reconciliação, confirmada documentalmente em 6 de Janeiro de 1284. Vasco Farinha de Goes seria nomeado mordomo do Infante D. Afonso e um dos cavaleiros que prestavam menagem ao rei. Em 5 de Junho de 1290, institui um morgadio, sob o beneplácito régio, vinculando as terras de Góis e seus termos, deste modo conservando-as indivisíveis, no seio da família. É um dos factos mais relevantes da história de Góis, pela força que daria à continuidade do senhorio, que, prosseguindo sempre em sucessão familiar, chegaria até ao Liberalismo.